9 de maio de 2016

Só queria

Só queria ter acordado antes
e ter feito antes o que eu precisava fazer
para depois ter mais tempo
para perder com você

25 de março de 2014

25 de setembro de 2013

Quarta-feira, 25 de setembro de 2013.

 
   Minha mãe me acordou logo pela manhã. Fiquei um pouco deitado na cama. Pensando talvez, cochilando e gemendo, tentando criar coragem pra levantar. Talvez meu coração ainda esteja um pouco magoado, mas se recuperando. Fiquei pensando no mundo, nas coisas que acontecem, e o que nos fez chegar a esse ponto.
   Ninguém precisa estudar Filosofia, ou qualquer outra ciência social, pra saber que a sociedade está perdida. Mas eu me pergunto, por quê? Como o ser humano chegou em um nível tão baixo. Onde se instalou, reproduziu, extraiu todos os recursos naturais, e não pensa em parar de "crescer". Será mesmo que a vida é esse emaranhado de ruas, filas de carros e pilhas de casas amontoadas, onde as pessoas vivem se espremendo? As pessoas vivem a vida na correria, sem olhar ou sorrir uns para os outros, e se fazem isso, fazem na falsidade. Vivem trabalhando com pressa, fazendo hora extra, para comprar coisas que provavelmente não são necessárias. Será que elas se sentem felizes tendo todo esse conforto?
   Talvez essa manhã eu tenho acordado um pouco mais pensativo mesmo. Pensando num futuro que certamente não será feliz pra muita gente. Gente que trabalhou a vida toda, por um conforto, mas não conseguiu. Talvez o conforto de verdade esteja nas coisas simples da vida. A convivência com os amigos, as coisas da natureza, passeios de bicicleta, o vento, as praças, andar a pé, acordar em  um domingo ensolarado e ir ver o rio. Talvez essas coisas calmas e serenas nos deixe muito mais confortáveis do que uma poltrona de dois mil reais, e um TV gigante.
   Desde criança sempre sonhei em ter um carro legal e uma casa grande, recheada de tecnologias. Percebo que que essas coisas me deixarão preso num mundo pequeno, onde eu não precise sair de casa para buscar algo. Pensamos em modernidade como sinal de uma vida melhor, mas talvez as coisas mais rústicas nos mostram verdadeiramente como a vida é. A distração da tecnologia, nos informando o tempo todo, sobre tudo, nos faz nos afastar cada vez mais das pessoas. Influindo cada vez mais para um mundo onde as pessoas pensam só nelas mesmas.
 Quero uma vida onde as crianças voltem a correr e gritar amontoadas em rodas, soltar pipa, jogar bola, brigar, chorar, pular, etc. Não quero crianças vidradas em computadores, smartphones e video games. Quero uma vida onde os casais de idosos possam atravessar uma rua, sem correr o risco de seres atingidos por idiota dentro de um carro. Sei que é um pedido egoísta, perto dos conceitos da sociedade de hoje. Mas se todos tivéssemos o mesmo interesse, nos desapegaríamos dos bens materiais, dando mais valor as coisas emocionais, e seríamos mais felizes.


17 de setembro de 2013

Queria ter te encontrado antes,
Só pra poder ter dito mais vezes
Que eu devia ter te encontrado há mais tempo.

9 de agosto de 2013

Cansado da rotina.


Não da minha, dos outros.
Por saber que isso não leva a lugar nenhum.

10 de julho de 2013

A Sombra


Naquela vila tem um morro
E depois daquele, morro por meu amor
E depois daquele morro, o sol faz a sombra
E esconde o monstro que sou eu.

27 de junho de 2013

Matilha

E no frio daquela rua
Numa noite sem saída
Aquele cão me acompanhou
Como um anjo da guarda
Me protegendo dos temores da meia-noite
Era branco quando iluminava a noite
E preto refletindo o sol
Forte e voraz
Cortando o vento a minha frente
Ávido e de peito avante
Corria na frente, mas não muito distante

E quando eu parei em frente ao portão
Voltou e me abraçou com seus olhos
E seu rabo abanando

Não que tenha me abandonado no meio da jornada
Mas de uma hora pra outra sumiu
Onde está meu cachorro
Embaixo da ponte, ou no casco de um navio?
Onde estará meu cão
Deitado embaixo da árvore, ou embaixo de um caminhão?

21 de junho de 2013

Passeata - Joinville/SC

Faltou foco. Gente animada, cantando qualquer coisa que seja cantável tá mais pra carnaval que protesto.

      Por um lado foi muito bom e bonito ver os Joinvillenses gritando junto e andando junto, em um movimento de certa forma independente, iniciado e organizado primariamente na internet, divulgado apenas de amigo em amigo, juntar tantas pessoas, mesmo com chuva.

      Por outro foi meio perturbador ir em uma passeata, inicialmente focada no MPL, depois aberta para questões como a PEC 37 e a Copa do Mundo, ficar aberta a ponto de cantar e propor ideias muito abertas, como "fim da corrupção" ou "mais saúde e educação" ou "o povo acordou". Bonito, mas minimamente efetivo.

     Torço para que seja o início de algo maior que vai ganhar corpo e direção/foco porque, se continuar só assim, não vai mais longe do que a "modinha" e a euforia inicial.

Sei lá, posso estar totalmente enganado, mas foi o que percebi.

13 de junho de 2013

Insônia

Não estava nada claro esta manhã
Parecia até que o sol não tinha nascido
Eu não sabia que iam apagar a luz
Pois eu pago a minha fatura todo mês

Mas eu confesso que eu semprei gostei
De ficar no meu quarto escuro
Eu sei, eu estou ficando velho
E estou ficando cego

Mas aí eu percebi que não era de manhã
E que os pássaros não estavam cantando
E havia uma pequena luminosidade
Era uma bola grande e branca no céu

Foi aí que eu percebi
Eu tinha trocado a noite pelo dia

E toda aquela alegria que um dia eu tive
Hoje eu já não tenho mais medo de ser clichê
Tenho medo de ser covarde, e vontade de ter coragem
Mas eu sei, a vida não é fácil assim

E eu não aprendi a andar sozinho
O medo as vezes faz a gente tropeçar,
Mas eu sei que o meu pé vai crescer
E com esse sapato eu ainda vou andar direito

E foi aí que eu percebi
Eu troquei a noite pelo dia

E nem chá de camomila é capaz de curar a minha insônia

12 de junho de 2013

Vida de Praça em Praça

Que seja feio, mas que seja gol
Que seja estranho, mas que seja amor
Que seja amargo, mas que seja café
Pode durar pouco, mas que seja intenso

Eu não entendo de Tom, Caetano, Chico
Mas eu toco violão, nas praças, na roda dos amigos
Eu fumo, mas só pra relaxar
Eu bebo, mas só porque as vezes é bom esquecer

Eu ando rápido, mas não pra levantar poeira
As vezes é bom não falar onde vai
Sem deixar perceberem onde está
Porque talvez nesse tempo todo, a gente só quer se esconder

Mas de que adianta se esconder
Ninguém mais ainda anda sozinho na estrada
Tem quem volte e quem vai
Mas sempre tem alguém que veio pra ficar.